Uma das operações psicossociais mais bem sucedidas da esquerda cultural foi a imposição da homo-normatividade como padrão de relacionamento interpessoal. Um dos seus efeitos mais danosos e perniciosos (e talvez irreversíveis) foi a destruição da amizade masculina.
Anthony Bradley (@drantbradley) é professor de Estudos Teológicos e da Religião do The Kings College, com estudos na área de Justiça Criminal. Ao compartilhar o vídeo da surpresa que o filho do astro do futebol inglês David Beckham fez por ocasião do aniversário deste, ele escreveu: “eu já disse isso antes, que se todos os filhos na América experimentassem este nível de afeto de seus pais, toneladas de oficiais de correcional, policiais, advogados, juízes, assistentes sociais, terapeutas e trabalhadores sem fins lucrativos ficariam desempregados“. Veja, abaixo, o post de Bradley e o vídeo a que ele se refere:
https://twitter.com/drantbradley/status/992473043766308864
https://twitter.com/DionneGrant/status/991930830539943936
Alguns posts antes, Bradley compartilhou um vídeo da doutora Niobe Way onde ela expõe uma correlação da perda das amizades e aumento das taxas de suicídio entre os meninos e adolescentes. Veja abaixo:
https://twitter.com/drantbradley/status/992937722343055360
Os dois posts se referem a uma tendência decorrente da imposição da normatividade homossexual em nossa cultura: o isolamento e solidão dos homens, ou a perda de conexão entre eles e também com a sociedade de um modo geral. David Beckham não é a regra; e soa quase como um valor de classe social um tipo de relação pai-filho tal qual vemos no vídeo. Por sinal, em nossa cultura o esporte ainda é um espaço em que não se contaminou de todo a amizade masculina com a malícia da normatividade homossexual.
Albert Mohler (@albertmohler), presidente do Southern Baptist Theological Seminary, dedica o décimo capítulo de seu livro Desejo e Engano (publicado no Brasil pela Editora Fiel) a uma exposição de “como a confusão sexual corrompeu a amizade entre homens“. Ele inicia com uma crítica cultural, apontando filmes produzidos por Hollywood que celebram o romance homossexual, como O Segredo de Brokeback Mountain. Embora Mohler não o faça, este autor aponta que não foram apenas produzidos filmes enaltecendo o homossexualismo, mas também foram feitos filmes depreciando aqueles que a ele se opunham, como vemos em determinado personagem de Beleza Americana. Ambos os filmes foram premiados com o Oscar.
Citando um artigo de Anthony Esolen, professor de inglês no Providence College, entitulado A Requiem for Friendship: Why Boys Will Not Be Boys and Other Consequences of the Sexual Revolution (Um réquiem em favor da amizade: po que os rapazes não são rapazes e outras consequências da revolução sexual), Mohler expõe como os pansexualistas corromperam a linguagem na atualidade. Esolen usa como exemplo textos de O Senhor dos Anéis, de J.R.R. Tolkien e da Bíblia (2 Samuel 1.26) próprios da amizade masculina de então mas que hoje seriam entendidos como expressões de paixão homossexual. O próprio Shakeaspeare descrevia a intimidade de amigos com palavras fortes, então sem conotação homossexual, mas que o homem comum de hoje possivelmente considerará como gay. O mesmo aconteceria com a leitura de certa carta de Abraham Lincoln a um amigo de mocidade. A isso Mohler, como Esolen, denomina corrupção da linguagem. Diz Mohler:
“Quando palavras como amor, amigo, macho, fêmea e companheiro são transformadas em um novo contexto sexual, aquilo que era entendido como puro e imaculado está agora sujeito a escárnio e desrespeito. Esolen insiste que essa mudança linguística não foi acidental. Ele acusa os “pansexualistas” de corromperem a linguagem, a fim de tornarem normal a confusão e a anarquia sexual. Eles têm usado a linguagem “como uma ferramenta para estabelecerem sua própria ordem e imporem-na aos demais“. Esolen argumenta: “Os pansexualistas – aqueles que creem na liberação do dogma de que, se dois adultos consentem em fazer o que desejarem com sua particular, isso não é problema de ninguém – entendem que a linguagem tinha de ser mudada para auxiliar na realização de seu sonho e que essa realização mudaria o mundo, porque mudaria a linguagem para todos”
Mohler prossegue, citando Esolen:
” Qual a relação de tudo isso com O segredo de Brokeback Mountain?” A homossexualidade aberta, celebrada de maneira ousada e desafiante, muda a linguagem para todos”, insiste Esolen. “Se um homem coloca seu braço ao redor da cintura de outro homem, isso agora é um sinal – quer ele esteja na direita ou na esquerda política, quer ele creia ou não nas prescrições bíblicas sobre a homossexualidade”. Esolen oferece uma avaliação franca e inesquecível: “Se um homem embala a cabeça de seu amigo entristecido, a sombra de suspeita surge na mente do espectador”.
Após expor como as facilidades da vida moderna e a ausência de desafios – tema tratado, embora de maneira adolescente, em O Clube da Luta – não criam dificuldades e obstáculos que forjem uma amizade mais íntima, Mohler cita Esolen para concluir que:
“a revolução sexual também quase matou a amizade masculina devotada a qualquer outra coisa além de bebidas alcoólicas e a assistir esportes; e o movimento homossexual, um resultado inevitável de quarenta anos de promiscuidade heterossexual e tolice feminista, parece que a matará definitivamente e fechará o seu caixão”.
Sem dúvida, tal qual a destruição da cultura Ocidental na Europa (e consequente islamização daquele continente) a destruição da amizade no Ocidente parece ser irreversível – sempre com o propósito de criar indivíduos atomizados e vergados; e com meninos deprimidos e cometendo suicídio. Mas isso tem que ser registrado e os cristãos devem ter consciência desse fato e buscar manter suas comunidades e famílias protegidas.
Não há muito o que fazer; esses valores imateriais da amizade estão indisponíveis aos homens – e aos meninos – pois a linguagem usada para apreendê-los foi corrompida. Alguém haverá até mesmo de maliciosamente praticar mais homossexualismo sob pretexto de recuperá-los. Porém é possível um esforço para bloquear as próximas operações psicossociais da esquerda cultural usando o mesmo modus operandi.
Mohler cita Esolen no que ele designa como um trecho inesquecível do artigo deste:
“Esolen nos pede que imaginemos uma sociedade em que o tabu contra o incesto foi removido. Nessas circunstâncias, nenhum tio se sentiria à vontade para abraçar sua sobrinha jovem sem acusação de interesse sexual. Os relacionamentos entre pais e filhos, irmãos e irmãs e parentes de todos os graus seriam corrompidos e arruinados pela imposição da suspeita sexual”
Já vemos alguns balões de ensaio de liberação do incesto em programas televisivos. Há um projeto e possibilidade real de desdobramento disso; aí, não serão só as relações de amizade que terão sido destruídas; mas também as familiares. Mas ainda há tempo de rechaçar essa investida.
A esquerda cultural erotiza tudo, desde esquemas abstratos até a matéria bruta. Ela nada respeita, e lembra bem o louco esquizofrênico que Sigmund Freud tratava – doente que afirmava manter relações sexuais com a Santíssima Trindade. O Gênesis relata que os habitantes de Sodoma queriam manter relações sexuais até mesmo com anjos. Não há categoria que a unha da enlouquecida licenciosidade desse pessoal não queira coçar. Então, conscientes, rejeitemo-os.


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