A simonia é o pecado de comprar ou vender coisas espirituais ou coisas terrenas ligadas às espirituais. Provém o nome do nome próprio de Simão, o mago, personagem histórica registrada no capítulo 8 do livro de Atos dos Apóstolos, na Bíblia Sagrada, que quis comprar, do apóstolo Pedro, o poder de dar o Espírito Santo por quem orasse.
Pedro disse a Simão que esse poder não se vende e que Simão estava em fel de amargura e laço de iniquidade. Isto é: a palavra usada no grego para “fel de amargura” é a que designa droga entorpecente; e a expressão “laço de iniquidade” designa uma armadilha de passarinho, da qual este dificilmente escapa. Compreendemos que Pedro disse a Simão que este tinha o entendimento entorpecido, isto é, distorcido como o de um drogado, para crer que se pode comprar o poder do Espírito Santo; e que, em razão desse entendimento distorcido e errático, tinha sido capturado numa armadilha da qual só poderia sair por misericórdia de Deus. Recomendou, então, à Simão, que orasse.
A simonia é um fato da religião, uma conduta religiosa errada mas também um comportamento desviante para o saber criminal. Isto pois a prática da simonia é porta para crimes de falsos, fraudes, estelionatos, charlatanismos e outros. É muito comum pessoas exigirem contrapartidas materiais pelo exercício de suas devoções religiosas; esta prática, embora não criminosa, funciona como porta para golpes e charlatanices, dentre outros delitos, pois o benefício espiritual vendido não pode ser objetivamente verificado, dependendo do sentimento de quem o recebe (no Brasil, principalmente, a religião se dá por sensação e não reflexão).
A simonia, em quem a pratica, gera uma distorção de entendimento que se aprofunda, alterando toda a percepção da realidade da pessoa. Como disse Pedro ao mago Simão, é uma armadilha da qual só se pode sair mediante muita oração rogando a misericórdia de Deus. E exige, depois de abandoná-la, um renovação do entendimento, para que a percepção das realidades espirituais se ajuste.

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