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Editor: Carlos HB de Castro Magalhães (MTb 0044864/RJ)

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A Ética Cristã implica no estudo das opções éticas exercidas pelo Povo de Deus no decorrer de sua história registrada nas páginas da Bíblia. Por esse estudo, encontra-se a vontade de Deus para o cristão nos seus desafios éticos diários. As bases éticas do cristão são os Dez Mandamentos; e a partir deles se faz a leitura do comportamento ético do Povo de Deus: Israel, a Igreja do Velho Testamento; e a Igreja, o Israel do Novo Testamento.

Ocorre que comportamento ético não é matemática; não é um mero jogo de pode e não pode – embora esse fosse o sonho dos fariseus. Por exemplo, uma mesma conduta é errada numa circunstância e correta em contexto diferente. Um exemplo clássico utilizado pelos deontólogos cristãos para ilustrar esse fato é a mentira usada por Abraão e Sara para escapar de Faraó; e a mesma mentira, usada por Isaque, para com Abimeleque – essa última condenável. O mais importante é que em ambos os casos a Escritura ensina que há leis morais absolutas – uma, em um caso, graduada com outras; e a outra, no caso de Isaque, violada. O que se retira desses relatos bíblicos e de outros, na Bíblia, é que para o Povo de Deus sempre haverá absolutos morais, e que alguém que se diz cristão e não crê em absolutos morais não é cristão de verdade. Veja o quadro abaixo sobre as opções éticas contemporâneas:

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No estudo de como os cristãos do Antigo e do Novo Testamento aplicavam o nono mandamento (“não darás falso testemunho”), encontramos muitos relatos de mentiras que o texto bíblico, por suas circunstâncias, não condena. Isso não significa que mentir não seja errado, ou que não haja um absoluto moral sobre a obrigação de sempre dizer a verdade. Significa apenas, como demonstraremos após o quadro abaixo, que muitas vezes ocorrem conflitos entre leis morais absolutas e que os cristãos são chamados a resolvê-los nas decisões éticas que tomam.

Captura de tela de 2019-09-14 22-55-44

Além dos já citados casos de Abraão e Sara e Isaque e Rebeca, verificamos vários outros na tabela acima. Tomemos, por exemplo, o caso de Raabe, a prostituta de Jericó que trai a sua cidade para aderir à igreja de Cristo em decorrência de sua fé. Ela não só trai, mas mente para proteger dois espiões de Israel. Há, ali, um caso claro de opção ética tomada com base num absolutismo graduado. Ela verifica que a vontade de Deus para Seu povo é absoluta e ela não deve se opor a ela; verifica, também, que precisará trair o seu povo e mentir para as autoridades de sua cidade para respeitar a vontade de Deus. Ela não busca o menor de dois males – não é um simples caso de escapar com vida da destruição de Jericó, de optar pelo menor de dois males; ao contrário,  é o caso de escolher o valor mais elevado: a vontade Deus. O mesmo ocorre quando Jael mente para Sísera, e escolhe entre a sinceridade e o sentimento de preservação nacional, ou, se quisermos, integridade da igreja – prevalecendo esta última.

Essa escolha que todo cristão deverá fazer algumas vezes na vida é ilustrada por Cristo quando diz que veio trazer espada e não paz; ou quando diz que por causa dEle haverá inimizade entre os integrantes de uma mesma família.

Mas não há só situações em que o cristão deverá escolher o valor moral mais elevado; haverá circunstâncias em que deverá escolher entre o menor de dois males. No caso de Abraão e Sara ante o Faraó, escolheu-se entre a vida e o dizer a verdade; no caso em que Davi simula loucura para que os filisteus não o matassem, também.

Há casos em que Deus age diretamente para, mediante o engano, punir os Seus inimigos e preservar o Seu povo: foi assim com Acabe e também é assim contra os que se levantam contra Ele e a favor da iniquidade: Deus não somente, ao ver o coração dos mesmos, os deixa em erro; mas como punição faz com que permaneçam e se aprofundem no erro, conforme vemos na segunda epístola aos crentes de Tessalônica, nas palavras acerca dos anticristãos. Não há conflito nem contradição alguma nisso: Deus permanece santo, e isso é uma verdade absoluta.

Por fim, o que se pode concluir nessa aproximação ao estudo da ética cristã é que o cristão tem valores éticos absolutos: um só absoluto, ou absolutos conflitantes, ou graduados, ou absolutos não conflitantes; e sempre universais. Não há, conforme se vê na Bíblia, testemunho de crentes em Deus que vivam sem leis morais e universais; ou relativistas; nem crentes em Cristo que façam suas próprias leis morais. Quer no Antigo ou no Novo Testamento o parâmetro são os Dez Mandamentos, cujo sentido foi revelado pelo próprio Deus Encarnado no Seu Sermão da Montanha. Até hoje, tudo que precisamos saber para nossas decisões éticas está ali, mesmo com todas as inovações tecnológicas e mudanças históricas e sociais. Afinal, o que é Absoluto não muda.


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