Quando os hebreus deixaram o Egito, levaram consigo as riquezas deles que lá produziram. Assim o cristao, quando deixa o pecado e o erro, leva consigo, pegando de volta, as afeições que sobre o pecado e o erro depositou.

É inevitável: a salvação traz para os cristãos novos amores e novos ódios – o ressentimento quanto ao tempo, afeto e energia devotados ao erro e ao pecado é um deles.

O cristão toma de volta o afeto dedicado a certo culto e devoção, circunstâncias, práticas e ambientes. Ele revisita as circunstâncias e relações dos erros e circunstâncias que viveu, vislumbra e desvela as farsas dali, e toma de volta a consideração e o respeito ali depositados. O que era respeito vira nojo; admiração, asco; o que se tinha por real vê-se que é farsa; aqueles que pareciam ser alguma coisa hoje vemos que nada são. O Espírito move o fiel a tais ressentimentos: abre-lhe o entendimento quanto ao erro, o entendimento informa as afeições, que manifestam desagrado pelo tempo perdido no engano.

O que é real é a Palavra de Deus. O estudo duro e contínuo da Bíblia. Ela é meio de graça – é mais do que os sacrifícios e os cânticos dos levitas no Templo de Jerusalém; mais do que a voz do Papa dos Romanos na praça de São Pedro; mais do que o editorial da mídia mais poderosa. O estudo da Bíblia e a oração são os meios pelos quais Deus nos orienta.

Porém, após revisitar o tempo de nossos erros, vimos alguns (e nós próprios naquele tempo)a trocar as Escrituras pelo conselho de farsantes, esquizofrênicos, feiticeiros e profetas e profetizas que casam e descasam. Como pode isso? Como pode, em igrejas, abandonarmos a Palavra e ouvirmos profecias de gente tal? É o engano do erro! Como pode um cristão não lamentar e se ressentir (tomar de volta!) todo sentimento que produziu nestas terras inidôneas?

Assim como os hebreus nada deixaram de seu no Egito, o cristão não deixa nenhum afeto no erro. A salvação do poder do pecado nos dá novos amores e novos ódios – e o bendito ressentimento é um destes.