Um cenário alarmante, mas pouco discutido, é a convergência de uma crise fiscal iminente, que projeta a paralisação da capacidade operacional do Estado brasileiro em 2026, e uma crise cambial agravada pela imposição de uma taxação de 50% sobre produtos brasileiros pelo governo dos Estados Unidos. Essa combinação de fatores ameaça a estabilidade econômica e política do país, levantando questionamentos sobre a própria continuidade da federação em sua forma atual.
A história oferece um paralelo preocupante: o colapso da União Soviética. A superpotência desintegrou-se devido a uma crise fiscal e cambial insustentável, que comprometeu sua capacidade de manter a estrutura estatal e apoiar seus países satélites. Apesar dos alertas de especialistas, o Brasil, à época, foi pego desprevenido por esse evento e parece não ter absorvido as lições. Na URSS, Gorbachev tentou reverter o declínio com a Perestroika, uma reforma econômica para corrigir distorções estruturais, e a Glasnost, que buscava maior transparência para combater vícios ideológicos. Ambas as iniciativas, contudo, falharam em salvar o regime. No Brasil, a ausência de reformas estruturais e a insistência em políticas de curto prazo agravam o risco de um desfecho semelhante.
O estamento burocrático brasileiro, movido por interesses de sobrevivência imediata e alinhamentos ideológicos, contribui para a perpetuação das crises. A crise fiscal, caracterizada por uma arrecadação insuficiente frente aos gastos desenfreados, é agravada pela falta de medidas para equilibrar as contas públicas. Já a crise cambial, marcada pela escassez de dólares para sustentar as importações e atrair riquezas externas, reflete a deterioração da competitividade brasileira no cenário global, intensificada pela taxação americana. Essas políticas, em vez de promoverem sustentabilidade, aprofundam a vulnerabilidade econômica do país.
Em resposta, o governo central tem apostado em soluções arriscadas e de eficácia duvidosa. A impressão de dinheiro, usada para financiar déficits, beneficia setores privilegiados, como bancos e servidores públicos, mas penaliza a população mais pobre ao alimentar a inflação e corroer o poder de compra. Além disso, essa prática fragiliza a federação, tornando os estados cada vez mais dependentes de repasses do governo central, o que compromete sua autonomia financeira e política. Quanto à crise cambial, a aposta em uma moeda comum dos BRICS – um bloco formado por economias díspares, muitas marcadas por regimes autoritários, opacidade econômica e pouca confiabilidade – é igualmente problemática. A falta de integração cultural, política e econômica entre Brasil, China, Rússia, Índia e África do Sul torna improvável que tal moeda alcance a estabilidade e a aceitação necessárias para substituir o dólar no comércio internacional.
Diante desse cenário, a continuidade da crise pode levar a um colapso da União Federal. Nesse caso, é plausível que estados mais desenvolvidos e industrializados, como São Paulo, Rio Grande do Sul ou Santa Catarina, busquem assumir funções hoje centralizadas, iniciando um processo de fragmentação territorial. Esses estados, com maior capacidade econômica e administrativa, poderiam dar origem a novos países de língua portuguesa na América do Sul, reconfigurando o mapa político do continente. Tal desfecho, embora extremo, reflete a gravidade da situação atual e a urgência de depor o atual governo brasileiro mediante impeachment e de promover reformas estruturais para preservar a integridade da federação brasileira.


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