Nas redes sociais, especialmente no X (antigo Twitter), houve um aumento significativo de convocações para manifestações espontâneas em apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro e pedindo o impeachment do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), como Alexandre de Moraes. Essas chamadas ganharam força após medidas cautelares impostas a Bolsonaro em 18 de julho de 2025, incluindo o uso de tornozeleira eletrônica, veto ao uso de redes sociais e proibição de contato com investigados, além de sanções dos Estados Unidos contra ministros do STF, classificadas como “arbitrárias” por Lula.

Posts no X, como os de @CelioGa90858040 (em 18 de julho, às 12:43, 12:52, 12:55 e 12:58, com visualizações entre 41 e 105), chamaram para que o “povo nas ruas” se mobilize com slogans como “Somos todos Bolsonaro” e hashtags como PovoNaRua, ImpeachmentDoLulaJá e ImpeachmentMORAESjá. Da mesma forma, @Mari_Fonseca37, em 18 de julho, às 14:25 e 14:27, anunciou uma manifestação em Belo Horizonte na Praça da Liberdade para 20 de julho, às 10:00, com frases como “ESTAMOS COM BOLSONARO” e “FIM DA DITADURA MORAES”, com 31 e 41 visualizações, respectivamente, mencionando @fiodiario.

Eventos Específicos e Escala
Embora as convocações fossem visíveis, ainda não há protestos generalizados em todo o país. Porém, em um lugar e outro eles já começam a ocorrer. Em Belo Horizonte, a manifestação na Praça da Liberdade foi convocada e há relatos sobre participação, em razoável escala, bem como de um buzinaço ontem à noite. Em Brasília, no dia de hoje, as redes registram manifestação no Eixão, importante via da Capital Federal.

Contexto Político e Polarização
O clima político é marcado por tensões entre STF, Bolsonaro e o governo Lula, exacerbadas pelas sanções dos EUA contra Moraes e outros ministros, anunciadas em 18 de julho de 2025. Isso alimenta narrativas de perseguição entre apoiadores de Bolsonaro, refletidas nas redes, mas sem tradução em protestos massivos até o momento. Um levantamento da Quaest, sem metodologia verificada, divulgado em 19 de julho de 2025, indicou que, das mais de 1,3 milhão de menções coletadas até as 17h de 18 de julho, 59% demonstravam apoio à operação da PF contra Bolsonaro, enquanto 41% o defendiam, mostrando divisão. Porém, além de referirem dados coletados antes da divulgação das sanções, tais dados são contraditórios em relação ao que encontrou o @Metropoles, em 11 de julho de 2025, às 22:40, que segundo o qual hashtags como “Defenda o Brasil do PT” superaram campanhas do governo, com mais de 255 mil posts no X, refletindo maior engajamento de apoiadores de Bolsonaro.

Análise Crítica e Limitações
Embora as redes sociais mostrem um forte movimento de apoio a Bolsonaro, com convocações para manifestações, a espontaneidade é ainda incipiente. O jornalista Allan dos Santos as refere como iniciais, para despertar a população, com buzinaços inclusive, naturalmente pequenas mas com tendências de crescimento. Isso é possível, visto que a atenção internacional sobre o tema tende a intimidar o aparato repressor do Ministro Alexandre de Moraes e encorajar a população, outrora amedrontada com a perseguição política contra a Direita, mesmo que ainda em curso.