Era uma manhã ensolarada quando uma comitiva de senadores brasileiros desembarcou em Washington, D.C., com a missão de convencer Donald Trump a aliviar o temido “tarifaço” que ameaçava as exportações nacionais. Liderados pelo senador Zé do Sertão, a trupe incluía o senador Carioca, famoso por seus óculos espelhados, a senadora Dona Magnólia, que nunca saía sem seu leque, e o senador Juvenal, que parecia sempre perdido em pensamentos profundos (ou só perdido mesmo).
Chegaram à Casa Branca com ternos engomados e discursos ensaiados, mas logo descobriram que ninguém os esperava. “Cadê o Trump?”, perguntou Zé do Sertão ao segurança, que apenas deu de ombros e apontou para a saída. Tentaram marcar uma reunião, mas o único retorno foi um e-mail automático dizendo: “Obrigado por sua mensagem. Estamos ocupados fazendo a América grande novamente.”
Desesperados, os senadores decidiram buscar ajuda local. Na calçada, encontraram dois especialistas em geopolítica de rua: um pipoqueiro chamado Joe e um vendedor de algodão doce chamado Billy. “Vocês querem falar com o Trump? Boa sorte, ele só aparece pra tirar selfie com caminhoneiros!”, disse Joe, estourando milho. Billy, com um algodão doce cor-de-rosa na mão, sugeriu: “Por que não vão atrás do assessor dele no Capitol Hill? É logo ali… ou não.”
Empolgados, os senadores partiram, mas “logo ali” virou um pesadelo. O GPS do Carioca, que insistia em falar em português, os levou a um beco onde só havia um food truck de tacos. Dona Magnólia, já sem paciência, bateu o leque na cabeça de Juvenal, que murmurou: “Eu sabia que devíamos ter virado na estátua do Lincoln.” Carioca, por sua vez, tentou pedir informações a um turista japonês, mas acabou comprando um chaveiro da Estátua da Liberdade por engano.
Cansados e perdidos, combinaram se encontrar em frente a uma estátua que Zé do Sertão jura ter ouvido falar: “Me achei, man!”. Após horas vagando, cada um chegou a um lugar diferente. Zé do Sertão estava em frente ao Monumento a Washington, gritando: “É aqui, gente! Olha o obelisco, me achei, man!” Dona Magnólia parou diante da estátua de Martin Luther King Jr., resmungando que “essa cidade é um labirinto sem educação”. Carioca, por algum motivo, posava para fotos em frente a um totem de um museu indígena, enquanto Juvenal, coitado, estava sentado num banco, comendo um algodão doce que comprara de Billy, olhando para uma placa de rua que dizia “Washington Circle”.
Quando finalmente se reuniram (por milagre, graças a um Uber chamado por Dona Magnólia), começaram as justificativas. Zé do Sertão disse: “Eu sabia que era aqui, mas esse obelisco me confundiu!” Carioca jurou que o totem era “um símbolo de liderança americana”. Dona Magnólia, abanando o leque, culpou o calor: “Essa cidade é quente demais pra pensar direito!” Mas o melhor veio de Juvenal, que, com um pedaço de algodão doce grudado na barba, confessou: “Eu nem sabia que era uma viagem! Pensei que íamos encontrar o Cumpadre Washington, aquele do É o Tchan! Ele não ia resolver esse tarifaço com um rebolado?”
No fim, sem falar com Trump ou qualquer assessor, voltaram ao Brasil com uma mala cheia de souvenirs, um déficit na conta do Senado e a certeza de que, na próxima, era melhor mandar um e-mail. Ou chamar o Cumpadre Washington.


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