Por Carlos Magalhães, 29 de julho de 2025
Nos últimos dias, o cenário político brasileiro tem dado sinais de uma reviravolta inesperada. As pressões internacionais lideradas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, especialmente com a ameaça de sanções sob a Lei Magnitsky e tarifas adicionais de 10% contra países alinhados ao BRICS, parecem estar abalando a até então sólida aliança entre o governo do Partido dos Trabalhadores (PT), liderado por Luiz Inácio Lula da Silva, e os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Falas e atitudes de Lula, de seus ministros e de membros do STF indicam os primeiros recuos dessa coalizão, em um esforço para evitar um confronto direto com a potência americana.
Lula Abaixa o Tom com Trump
Após uma retórica firme contra as ameaças tarifárias de Trump, divulgada em 10 de julho de 2025 pela NPR, onde Lula prometeu retaliar com tarifas de 50% sobre bens dos EUA, o presidente brasileiro parece ter mudado de estratégia. Segundo postagens no X e reportagens recentes, Lula adotou um tom mais conciliador nas últimas 48 horas, possivelmente em resposta às sanções anunciadas pelos EUA contra figuras do STF, incluindo Alexandre de Moraes. Essa mudança sugere uma tentativa de apaziguar as tensões comerciais e diplomáticas, num contexto em que o Brasil busca manter sua soberania sem entrar em rota de colisão total com Washington.
Simone Tebet Sugere Pressão sobre Moraes
A Ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, emergiu como uma voz dissonante dentro do governo. Em entrevista à GloboNews hoje, às 15:38 (horário de Brasília), Tebet questionou publicamente Alexandre de Moraes sobre a crise institucional e a necessidade de ajustar decisões judiciais que afetam proprietários rurais, como na PEC 71/2011. Embora não tenha dito explicitamente “entregar Moraes”, sua crítica aberta foi interpretada por analistas e usuários do X (como no post de @lorenzoridolfi, 1950312950662611106) como um sinal de disposição para sacrificar o ministro do STF às pressões americanas. Esse movimento pode indicar uma fissura na aliança PT-STF, com o governo buscando se distanciar de decisões polêmicas do tribunal.
Flávio Dino e o Silêncio sobre o Passado
Flávio Dino, ministro do STF desde fevereiro de 2024, também parece ajustar seu discurso em meio à pressão externa. Apesar de não haver uma declaração explícita datada de 29 de julho de 2025 renunciando ao comunismo – como sugerido retoricamente no mesmo post de Ridolfi -, sua postura mais moderada desde as sanções dos EUA contra o STF (anunciadas em julho de 2025 pela CNN Brasil) levanta especulações. Como ex-membro do PCdoB, Dino tem evitado menções a ideologias de esquerda em contextos internacionais, possivelmente para alinhar-se à nova realidade diplomática imposta por Trump, o que pode enfraquecer a coesão ideológica da aliança PT-STF.
Recuo de Alexandre de Moraes
O próprio Alexandre de Moraes, alvo central das sanções americanas, deu sinais de recuo. Reportagens da Folha de S.Paulo (10:15 BRT) e do G1 (12:30 BRT) de hoje destacam que ele revisou a sua antiga decisão de manter Filipe Martins em confinamento solitário – buscando responsabilizar subordinados – e emitiu uma nota suavizando restrições a entrevistas de Jair Bolsonaro. Segundo a CNN Brasil (13:45 BRT), aliados de Bolsonaro veem isso como uma tentativa de evitar uma escalada com os EUA. Esse movimento, embora cauteloso, marca uma mudança em relação à postura agressiva de Moraes, que incluía prisões sem julgamento e bloqueios de contas nas redes sociais – ações que levaram à sua proibição de entrada nos EUA em julho de 2025.
Um Tabuleiro em Reorganização
O post de Lorenzo Ridolfi no X resume bem o sentimento de mudança: “A Magnitsky nem chegou, as sanções nem estão valendo ainda e só hoje tivemos: Tebet sugerindo entregar o careca aos leões, Dino renegando o comunismo, Lula baixando o tom com Trump, Alexandre tirando o dele da reta“. Esses eventos, somados à pressão de Eduardo Bolsonaro (citado em outros posts, como o de @TPadroeira, 1950322600703598700) por sanções mais amplas, indicam que a aliança PT-STF, que por anos operou de forma coordenada contra opositores como Bolsonaro, pode estar rachando diante da ameaça externa.
Enquanto Trump intensifica sua estratégia de “cartas” e tarifas, o governo Lula e o STF parecem dispostos a ceder em pontos estratégicos para proteger interesses econômicos e evitar isolamento internacional. Resta saber se esses recuos serão suficientes para aplacar Washington ou se marcarão o início de uma redefinição profunda no xadrez político brasileiro. Fique atento ao Blog Castro Magalhães para mais atualizações!
Nota: As informações são baseadas em posts do X e reportagens de 29 de julho de 2025, sujeitas a confirmações adicionais.


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