BLOG CASTRO MAGALHÃES

Editor: Carlos HB de Castro Magalhães (MTb 0044864/RJ)

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São Cristóvão, RJ – Em 16 de agosto de 2025, a Igreja Presbiteriana do Bairro Imperial, em São Cristóvão, promoveu sua Jornada Teológica anual, abordando o tema “Quem Sou Eu? – A resposta cristã para a crise de identidade”. O evento reuniu mais de 100 participantes e contou com quatro palestras ministradas pelo reverendo Allan Acioly, pelo reverendo Joel Theodoro e pelo presbítero Vitor Grando.

A palestra inaugural, conduzida pelo reverendo Allan Acioly, explorou a formação do conceito moderno de “self” e sua influência na noção contemporânea de identidade. Acioly apresentou, sob uma perspectiva cristã, como o “self” evoluiu de uma simples autoconsciência para uma visão complexa, definida por escolhas individuais, desejos internos e expressões de autenticidade cada vez mais fluidas. Ele destacou que essa busca incessante por autodefinição gera exaustão, pois a identidade, nesse contexto, é moldada por demandas externas, em vez de encontrar repouso em Deus.

Na sequência, o reverendo Joel Theodoro traçou a evolução histórica do conceito de identidade, desde a “persona” dos gregos até a hipermodernidade. Ele apontou a ausência de referenciais absolutos – morais, legais ou filosóficos – como um problema central da atualidade, resultando na perda de sentido que impede as pessoas de definirem uma identidade sólida. Theodoro ilustrou o fenômeno com a hiper exposição nas redes sociais, a troca constante de “máscaras” e a normalização da hipocrisia. Ele também abordou a contribuição cristã à autorreflexão, iniciada com a cristianização da sociedade, e criticou a “Escola da Suspeita”, que questionou valores tradicionais, especialmente os cristãos. O reverendo mencionou o impacto do pensamento de Gramsci, que, ao retirar a transcendência do indivíduo por meio da revolução cultural, o reconduz a uma subjugação ao coletivo, semelhante à Polis grega.

O presbítero Vitor Grando ministrou as duas palestras finais. Na primeira, abordou o conceito de “morte de Deus” no pensamento moderno, com ênfase em Michel Foucault e Judith Butler. Grando explicou que, para Foucault, a essência humana é uma construção voltada ao exercício do poder, enquanto para Butler, a sexualidade também é uma construção social. Em oposição, ele defendeu o conceito cristão de Imago Dei, afirmando que o ser humano possui uma essência definida como imagem de Deus, e não uma identidade acidental. Na segunda palestra, Grando discutiu a restauração dos fundamentos cristãos como resposta à crise de identidade na sociedade contemporânea.

O ministério de louvor da igreja conduziu os cânticos devocionais, com destaque para músicas como “Tu és Deus”, de Eduardo Mano, que reforçaram a reflexão sobre a relação entre o indivíduo e Deus. Pela primeira vez, a Jornada Teológica ofereceu refeições aos inscritos, um diferencial que foi bem recebido pelos participantes. Ao final, foi aberto um espaço – bem concorrido – de perguntas e respostas aos palestrantes.

O evento foi marcado por reflexões profundas e pela busca de respostas cristãs para os desafios da modernidade, consolidando-se como um espaço de diálogo e formação para a comunidade.


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