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Por Carlos Magalhães, para o Blog Castro Magalhães
26 de agosto de 2025

Nos últimos dias, uma notícia explosiva tem agitado os círculos de defesa e geopolítica: a suposta Operação Imeri, um alegado plano brasileiro para extrair o presidente venezuelano Nicolás Maduro da Venezuela em meio a um cerco internacional liderado pelos Estados Unidos. A revelação, publicada em 24 de agosto de 2025 pelo site DefesaNet, levanta questões sobre as intenções do Brasil na crise venezuelana, mas a falta de confirmação oficial e a dependência de uma única fonte tornam a história alvo de intensos debates e ceticismo.

O Contexto da Operação Imeri

Segundo a matéria exclusiva da DefesaNet, assinada por Felipe Gonzales Saraiva da Rocha, a Operação Imeri seria um plano clandestino discutido em sigilo pelo Itamaraty, envolvendo o chanceler brasileiro Mauro Vieira e o ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Yván Gil, durante a cúpula da OTCA/CELAC em Bogotá, entre 21 e 22 de agosto de 2025. O objetivo seria evacuar Maduro e sua cúpula do poder antes que fossem capturados por forças norte-americanas ou grupos de resistência venezuelanos, em resposta à intensificação da pressão dos EUA contra o regime chavista.

A narrativa surge em um momento de alta tensão geopolítica. Os Estados Unidos, que classificam Maduro como narcoterrorista, elevaram a recompensa por sua captura para US$ 50 milhões e mobilizaram destróieres e tropas ao Caribe, sob o pretexto de combater o narcotráfico ligado ao Cartel de los Soles. Nesse cenário, o Brasil, segundo a DefesaNet, teria planejado duas estratégias para a extração de Maduro:

  1. Vertente Marítima: Utilização de meios navais, como o Porta-Helicópteros Atlântico, fragatas da classe Niterói e o navio-doca Bahia, com apoio de Fuzileiros Navais e Mergulhadores de Combate, para criar um corredor de evacuação. A operação seria disfarçada como um exercício militar, evitando a necessidade de aprovação do Congresso Nacional.
  2. Vertente Aérea: Emprego de uma aeronave KC-390 Millennium para uma infiltração rápida em território venezuelano, com pouso em uma pista controlada, extração de Maduro e retorno imediato à Base Aérea de Boa Vista, em Roraima.

A DefesaNet alega que o plano foi motivado pelo temor de que a captura de Maduro por forças externas desestabilizasse ainda mais a região, especialmente na fronteira com o Brasil. No entanto, a matéria destaca resistências internas nas Forças Armadas Brasileiras, particularmente na Marinha, onde setores se opuseram a colaborar com a operação devido à associação de Maduro com o narcoterrorismo. Os EUA, cientes do suposto plano, teriam ameaçado sanções econômicas e diplomáticas contra o Brasil.

Como a Informação Veio à Tona?

A história da Operação Imeri foi publicada inicialmente pela DefesaNet em 24 de agosto de 2025, com base em “despachos sigilosos” e conversas em “círculos fechados do Itamaraty”. A matéria, porém, não apresenta documentos, gravações ou fontes identificáveis, limitando-se a afirmar que as informações são “reais ao entendimento” do site, sem garantia de que o plano seria executado. A notícia ganhou tração rapidamente, sendo reproduzida por blogs, como o do jornalista Políbio Braga, que a descreveu como “explosiva” em 25 de agosto, e por posts no X, como o do perfil @NoticiaeGuerra, em 26 de agosto. Uma live do canal Onça Brasil Oficial no YouTube, programada para o mesmo dia, prometeu analisar o caso, mas também se baseou primariamente na DefesaNet.

O Nome “Imeri” e Sua Origem

O termo “Imeri” parece inspirado na Serra do Imeri, uma formação montanhosa na Amazônia brasileira, próxima ao Pico da Neblina, na fronteira com a Venezuela. O nome tem raízes prováveis em línguas indígenas, possivelmente dos Yanomami ou outros povos da região, mas sua escolha como codinome para a suposta operação militar não foi explicada pela DefesaNet. A proximidade da serra com Roraima, onde a Base Aérea de Boa Vista seria usada na vertente aérea do plano, pode justificar a referência geográfica.

Curiosamente, “Operação Imeri” também é o nome de uma iniciativa logística real do Exército Brasileiro, que apoiou uma expedição científica da USP na Serra do Imeri, conforme relatado pelo Jornal da USP e Defesa em Foco. Essa operação, sem relação com a crise venezuelana, envolveu transporte de pesquisadores e equipamentos, destacando a coincidência do nome e o risco de confusão entre os contextos.

Implicações e Reflexões

Se verdadeira, a Operação Imeri representaria um movimento ousado do Brasil em um cenário geopolítico delicado, desafiando a pressão dos EUA e arriscando sanções. No entanto, a falta de documentos ou outras fontes sugere que a muitos podem entender essa história como uma especulação amplificada pelo contexto de tensões regionais. A ausência de desmentidos imediatos por parte do governo brasileiro mantém a narrativa viva, mas também reforça a necessidade de fontes confiáveis para evitar desinformação.

Fontes:


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