Descubra como construir uma marca pessoal autêntica sob a perspectiva cristã, alinhando habilidades, transparência e humildade com os valores de Cristo. Este texto explora a evolução do conceito de “produto” até a marca pessoal moderna, destacando a importância das soft skills, a rejeição da vanglória e a santificação no mercado competitivo. Saiba como a transparência, a responsabilidade e o testemunho cristão moldam um branding ético, refletindo a marca de Cristo.
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No passado, produtos como especiarias, açúcar e algodão eram buscados em terras distantes. Com o tempo, passaram a ser parcialmente produzidos localmente, otimizados para maior rendimento e eficiência. Hoje, entretanto, nós somos o produto. Não é suficiente dominar as técnicas aprendidas na escola ou universidade; é preciso desenvolver ou aprimorar as chamadas soft skills, como empatia e comunicação, dentre outros. Mais do que sermos reconhecidos pelo conhecimento técnico ou pela aplicação de nossa profissão, nosso entendimento e afeto devem integrar o ciclo produtivo.
Essa é a chamada marca pessoal, que, em última análise, pode se tornar uma forma de vanglória legitimada pelo mercado. Como viver em um ambiente tão competitivo? João menciona a “soberba da vida“, que Lutero interpreta como o orgulho de uma vida construída com boas decisões e posturas corretas, a soberba de uma boa vida, um traço comum entre os bem-sucedidos da cultura greco-romana. Segundo Lutero, esse é o pecado mais sutil e perigoso.
Vivemos em uma economia e um mercado que – como tudo na vida do cristão – deve ser submetido ao escrutínio bíblico, inclusive a construção de nossa marca pessoal. Esse processo também pode ser um caminho de santificação, pois a marca pessoal de um cristão reflete, em alguma medida, a marca de Cristo.
Inicialmente, nossa marca pessoal não deve negar a realidade de nossas habilidades e talentos. Fingir excelência ou sucesso não condiz com o cristão. Em vez de proclamar ser um profissional de excelência, é melhor demonstrar compromisso com o melhor esforço e serviço.
Não prometer o que não pode cumprir é o caminho para construir parcerias sólidas. Trabalhar com pessoas que complementem nossas limitações é um exercício de humildade e uma oportunidade de testemunho cristão. Outra característica da marca pessoal do cristão é a transparência: manter o cliente informado sobre o real estado do serviço, incluindo eventuais falhas. Santificar-se envolve reconhecer a realidade, propor soluções e assumir a responsabilidade por eventuais problemas, sem ocultar defeitos no serviço ou produto. Isso inclui esclarecer ao cliente, de forma acessível, os aspectos técnicos que ele desconhece. O cristão, assim, age como um caveat vendictor* por excelência, priorizando a honestidade.
O mercado é competitivo, com muitas pessoas buscando suas rendas ao construir marcas pessoais baseadas em glórias próprias ou simuladas. Deus nos deu o mercado para dele extrairmos nossa subsistência, conforto e prosperidade; por isso nós, cristãos, reconhecendo nossas imperfeições, buscamos construir nossa marca pessoal refletindo as marcas de Cristo.
* Caveat Venditor é uma expressão em latim que significa “que o vendedor se acautele” ou “cuidado do vendedor”. No contexto jurídico e comercial, refere-se ao princípio de que o vendedor é responsável por garantir a qualidade e a adequação do produto ou serviço oferecido, devendo agir com transparência e honestidade. No texto, é usado para destacar a postura ética do cristão, que assume a responsabilidade por falhas e informa o cliente com clareza, priorizando a integridade.


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