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Operação Contenção no RJ: 117 criminosos mortos, 4 policiais tombados, 93 fuzis apreendidos. Análise completa de razões, críticas e reconquista territorial.
Por Carlos Magalhães com uso de Grok xAi Fast
30 de outubro de 2025
O Estado do Rio de Janeiro viveu, em 28 de outubro de 2025, um dos capítulos mais intensos e controversos de sua história recente de combate ao crime organizado. A Operação Contenção, deflagrada pelas forças de segurança estaduais nos complexos do Alemão e da Penha, na Zona Norte da capital, marcou um divisor de águas na luta contra o narcoterrorismo que assola o território fluminense. Sob o comando do governador Cláudio Castro, a ação visou não apenas cumprir mandados judiciais, mas reafirmar o monopólio da violência legítima do Estado, em um cenário que já pode ser descrito como um conflito armado não internacional. Neste artigo, analisamos os motivos, os resultados, as controvérsias e as implicações constitucionais dessa operação histórica.
Razões e Objetivos: Contendo a Expansão do Narcoterrorismo
A Operação Contenção não surgiu do nada. Ela integra uma iniciativa permanente do Governo do Estado para barrar o avanço territorial do Comando Vermelho (CV), a maior facção criminosa do Rio, que expandiu seu domínio para além das fronteiras fluminenses, alcançando estados como Pará, Espírito Santo e até o Norte do país. Baseada em investigações da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE), iniciadas em janeiro de 2024 a partir de denúncias anônimas, a operação foi autorizada pela 42ª Vara Criminal da Capital para cumprir 100 mandados de prisão e 180 de busca e apreensão, muitos expedidos pelo Judiciário paraense.
Os objetivos eram claros e estratégicos: desarticular a estrutura hierárquica do CV na Penha e no Alemão, prender lideranças como Edgar Alves (vulgo “Doca”), operador financeiro da facção, e interromper o fluxo de drogas e armas que sustenta o “controle armado” das comunidades. Relatórios policiais revelam uma rotina de tortura, extorsão e uso sistemático de violência para dominar territórios, incluindo áreas antes controladas por milícias. Em essência, a operação buscava reconquistar o solo fluminense, exercendo o dever constitucional do Estado de garantir a soberania nacional e a ordem pública.
As Forças Envolvidas: Uma Mobilização Sem Precedentes
Cerca de 2.500 agentes foram mobilizados, representando a maior operação conjunta da história recente do Rio. Participaram:
- Polícia Civil: Delegacias especializadas (DRE, CORE), distritais e o Departamento de Combate à Lavagem de Dinheiro, com foco em inteligência e prisões.
- Polícia Militar: Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE), Comando de Operações Especiais (COE), unidades operacionais da capital e Região Metropolitana.
- Apoio Logístico: 32 veículos blindados, dois helicópteros, 12 veículos de demolição, drones para monitoramento em tempo real e ambulâncias do Grupamento de Salvamento e Resgate.
Essa coalizão, equipada com tecnologia avançada, enfrentou um arsenal de guerra: barricadas incendiadas, 71 ônibus bloqueando vias como a Avenida Brasil e a Linha Vermelha, e até drones criminosos lançando granadas contra as forças de segurança.
Resultados: Vitórias no Campo de Batalha, Mas a Custos Altos
O saldo da operação é impressionante em termos de repressão ao crime, mas trágico em vidas perdidas. Até o momento, o balanço oficial registra:
- Criminosos Mortos: 117 narcoterroristas.
- Policiais Mortos: 4 heróis tombados no cumprimento do dever:
- Delegado Marcus Vinícius Cardoso de Carvalho (Polícia Civil).
- Agente Rodrigo Velloso Cabral (Polícia Civil).
- Sargento Heber Carvalho da Fonseca, 39 anos (BOPE).
- Sargento Cleiton Serafim Gonçalves, 42 anos (BOPE, especialista em tiros e apoio tático).
- Prisões: 113, incluindo 10 adolescentes e um operador financeiro ligado a “Doca”.
- Apreensões: 93 fuzis (alguns de origem estrangeira, incluindo das Forças Armadas da Venezuela, Peru e Argentina – com indícios de procedência cubana em investigações paralelas), 26 pistolas, meia tonelada de drogas, 38 granadas, 9 motocicletas e 30 carros roubados recuperados.
Esses números superam operações anteriores, como Jacarezinho (28 mortos, 2021) e Vila Cruzeiro (24 mortos, 2022), tornando Contenção a mais letal da história do estado – e do país, eclipsando até o Massacre do Carandiru (111 mortos, 1992).
Controvérsias: Críticas, Apoio e as Sombras da Manipulação
A operação não escapou de polêmicas. Críticas vieram de entidades como a ONU, Anistia Internacional, Defensoria Pública da União (DPU) e Comissão de Direitos Humanos do Senado, que a classificaram como “retrocesso nos direitos humanos” e “chacina”, apontando letalidade excessiva e impacto em 280 mil moradores (48 escolas fechadas, feridos por balas perdidas). O STF, via ADPF das Favelas, sinaliza retomada de regras para operações em comunidades, com audiência marcada para 3 de novembro pelo ministro Alexandre de Moraes.
Por outro lado, o apoio é veemente de setores que veem a ação como necessária. O governador Cláudio Castro a chamou de “sucesso”, homenageando os policiais caídos e oferecendo R$ 100 mil por informações sobre “Doca”. Deputados como Zucco (PL-RS) e lideranças bolsonaristas destacam a omissão federal, enquanto o povo fluminense, refém do terror, clama por mais ações assim.
A Manipulação dos Corpos: Fraude Processual em Favor dos Criminosos
Um dos episódios mais revoltantes foi a manipulação de corpos pelos moradores e faccionados. Vídeos da Polícia Civil mostram aliados do CV removendo roupas camufladas, coletes à prova de balas e armas dos cadáveres, deixando-os em cuecas ou shorts para “descaracterizá-los” como inocentes. Mais de 70 corpos foram arrastados da mata para a Praça São Lucas, na Penha, enfileirados para “reconhecimento”, impedindo a perícia e configurando fraude processual. O secretário Felipe Curi ironizou: “É um milagre que se operou”. A Polícia Civil instaurou inquérito para punir os responsáveis, que visavam transformar zona de combate em cena de “massacre civil”.
Armas de Origem Estrangeira: O Rastro Cubano e Venezuelano
Entre as apreensões, destacam-se fuzis com marcas de forças armadas estrangeiras, incluindo venezuelanas – confirmando rotas de tráfico transfronteiriço. Investigações apontam para origem cubana em lotes semelhantes, via Venezuela, reforçando denúncias de conivência de regimes autoritários com o narcoterrorismo regional.
A Mentira do Ministro Lewandowski: Ausência de Apoio Federal
O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, negou apoio federal em entrevista ao lado do diretor da PF, Andrei Rodrigues, alegando “falta de comunicação formal”. No entanto, Rodrigues revelou que a PF-RJ foi consultada em nível operacional e recusou participação, julgando a operação “não razoável”. Lewandowski interrompeu o diretor, expondo contradição: se houvesse apoio real, por que negar blindados e inteligência, como reclamou Castro? Essa “mentira” evidencia o abandono federal, com Lula “estarrecido” só após o caos, enquanto o estado lutava sozinho.
Prosseguimento da Operação: O Dever Constitucional de Reconquista
A Contenção não termina em 28 de outubro. Ela prossegue com renovação da Força Nacional até dezembro de 2025, força-tarefa integrada com PF e PRF, e vagas em presídios federais para líderes capturados. É o cumprimento do dever constitucional (art. 144 da CF/88) de reconquistar territórios perdidos para o crime, que comete atentado à soberania nacional ao manter enclaves à margem do Estado – um crime hediondo que equivale a sedição armada.
O Estado de Conflito Armado Não Internacional no Rio de Janeiro
O Rio vive um conflito armado não internacional, como definido pelo Direito Internacional Humanitário (Protocolo Adicional II às Convenções de Genebra). Facções como o CV operam como atores não estatais com controle territorial, armas de guerra e táticas paramilitares, desafiando o monopólio estatal da força. A operação expôs isso: drones com granadas, retaliações com 71 ônibus incendiados e bloqueios em 20 bairros. Não é “violência urbana”, mas guerra assimétrica que exige resposta proporcional e estratégica.
Conclusão: Da Contenção à Vitória Duradoura
A Operação Contenção foi um grito de guerra do Estado contra o caos. Apesar das perdas – e das narrativas manipuladas –, ela salvou vidas ao desmantelar o terror do CV. O Rio clama por integração federal genuína, inteligência sobre confronto e políticas que previnam o narcoterrorismo. Governador Cláudio Castro, ao liderar essa frente, honra o legado de segurança que o Brasil precisa. Que essa contenção se transforme em reconquista total, restaurando a paz e a soberania em solo fluminense. O povo merece mais que promessas: merece o Estado de volta.


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