BLOG CASTRO MAGALHÃES

Editor: Carlos HB de Castro Magalhães (MTb 0044864/RJ)

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O que é a “devocional do desatento”? É uma prática espiritual que reconquista a atenção frágil da era digital, inspirada no Sermão do Monte (Mateus 6:25-34), onde Jesus ensina o desapego das necessidades básicas — comer, beber e vestir — sem negá-las, como um asceta faria. Em vez de deixar o acaso guiar ou cair no “brainrot” dopaminérgico, foque nas “pequenas coisas” gerenciadas por Deus: flores (lírios como lótus, simbolizando a noiva em Cantares e Isaías), aves do céu, família e tarefas diárias. Isso acomoda a ansiedade em seu lugar, trancando a “gaveta da preocupação” com chaves afetivas. Contrasta o paganismo distraído com a sabedoria cristã, restaurando capacidade cognitiva e rotina equilibrada.

Tempo estimado de leitura: 3 minutos

Uma reconquista do paganismo sobre os cristãos é a ideia de que o acaso vai nos proteger quando andarmos distraídos; de que vamos deixar a vida nos levar e que, por fim, deveríamos ter nos preocupado menos. É bonito e poético, mas não é sábio, ainda mais numa sociedade digital, com foco e atenção fragilizados.

O fluxo de informações antagônicas e dopaminérgicas que atingem nossa cabeça desarranja nossa atenção e nos faz perder capacidade cognitiva, inclusive a de gerenciar a ansiedade. Problemas antes pequenos (um cliente que atrasa honorários ou um filho que sofre um machucado simples, por exemplo) acabam por demandar mais energia emocional do que o necessário e desarranjam a rotina, prejudicando tudo o mais.

Nesta sociedade humanista em que crescemos, fomos educados sob a pirâmide de Maslow, mas Nosso Senhor nos ensinou em seu Sermão do Monte o desapego do comer, do beber e do vestir, três das nossas principais necessidades. Ele não ensinou a negação delas, como um asceta. No Monte, perto do mar, ele manda aos seus fiéis que olhem para as flores da beira do caminho — não longe do mar, onde trabalhavam pescadores preocupados com a pescaria, e caminhantes (muitas vezes corredores) do caminho, entre uma cidade e outra, ansiosos para resolver os seus negócios. O lírio ali indicado na Septuaginta é a flor de lótus, usada em Cantares e Isaías para indicar a mulher, a noiva ou a esposa. O contraste entre a preocupação com o resultado da pescaria e com a realização de um negócio e a flor que remete à lembrança do relacionamento pessoal é realizado para acomodar a ansiedade em seu devido lugar. A devocional da desatenção consiste em fechar a gaveta da preocupação com chave. A chave são coisas boas que Deus estabeleceu para que a elas nos dediquemos.

O brainrot é a chave errada, a gaveta travada, o saco furado da afetividade. O que Deus estabeleceu — as flores no caminho, as aves do céu, tudo aquilo que Deus gerencia, a nossa família, as amizades, as tarefas diárias do trabalho —, tudo isso, bem praticado e observado, acomoda as preocupações à sua verdadeira dimensão. A devocional do desatento é cuidar das pequenas coisas da vida.


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