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Editor: Carlos HB de Castro Magalhães (MTb 0044864/RJ)

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A Procuradora Geral da República RAQUEL DODGE denunciou o pré-candidato à Presidência da República JAIR BOLSONARO pelo hipotético crime de racismo – o que para o público parece ser mais legitimado pelo politicamente correto do que por uma real infração da lei penal; isto é, a falta de senso de proporções em designar anedotas pueris e efetivamente não racistas como tal, chegando ao ponto de afirmar que o pré-candidato está alinhado ao “regime de escravidão“.

A denúncia se deu na semana em que o ex-colega de Procuradoria da República de DODGE e ministro aposentado da mais alta corte do país – JOAQUIM BARBOSA, que é negro – anunciou sua filiação ao Partido Socialista Brasileiro e pré-candidatura à Presidência da República. DODGE foi indicada para a Procuradoria Geral da República pelo presidente MICHEL TEMER. BARBOSA, DODGE e TEMER têm em comum a extração do mundo forense, agindo especificamente em funções de repressão (Procuradores da República e Secretaria de Segurança) estreitamente vinculados à manutenção do estamento burocrático.

Por estamento burocrático refiro-me ao conceito formulado por RAYMUNDO FAORO em seu livro OS DONOS DO PODER: “a comunidade em que se estrutura a organização político-administrativa, juridicamente sistematizada“. Isto é, nenhum dos três provêm da sociedade não burocrática e estatal, produtiva, ou simplesmente, poderíamos dizer, nenhum dos três mantêm uma posição de isenção e independência em relação à estrutura político-jurídico-estatal que permitiu a corrupção todos estes anos.

Ao contrário, JAIR BOLSONARO rompeu com o grupo militar que foi cooptado pelo ex-presidente JOSÉ SARNEY, que inaugurou os governos pós militares – a famigerada e falida NOVA REPÚBLICA. A partir daí, BOLSONARO manteve uma linha completamente independente em relação aos grupos estatais brasileiros, mantendo uma condução política baseada em valores conservadores, ainda que o desempenho desses alcançasse integrantes de segmentos estatais, como os militares.

Este estamento burocrático denunciado por RAYMUNDO FAORO mantém o poder através de algumas práticas de manipulação eleitoral, dentre as quais ele destaca o bico de pena (a manipulação das atas de eleição) e a degola (a manipulação das atas de apuração, ou da própria apuração). O controle político eleitoral pelo bico de pena se dá nas bases, substituindo a votação (hoje mediante o voto nas urnas eletrônicas e as atas das seções eleitorais que dizem que o pleito transcorreu em normalidade); e a degola se dá na apuração secreta (!) dos votos colhidos nas respectivas seções, zonas e colégios eleitorais. JAIR BOLSONARO pugna por uma maior transparência do processo eleitoral, diminuindo as chances de êxito tanto do bico de pena como da degola, mediante a implantação de impressão do voto a ser depositado em urna – após conferência pelo próprio eleitor – possibilitando uma auditoria da eleição, o que hoje não é possível pelo sistema de urnas eletrônicas sem impressão.

Pois bem, historicamente, como denuncia FAORO, os guardiões da manipulação eleitoral sempre foram autoridades judiciárias ligadas aos grupos políticos detentores do poder, garantindo a legitimação do poder pela eleição, mas não propriamente pela vontade expressa no voto. Assim, FAORO relata o diálogo entre a PRINCESA ISABEL e um funcionário público – quando aquela estava para embarcar para o exílio logo após a proclamação da República – em que a redentora princesa dizia que a República chegaria cedo ou tarde pelo voto, ao que o funcionário público replicou: “poder é poder, e poder nunca deixaria o voto valer”. FAORO, comentando o episódio, arremata:

Esta é a contradição de todos: a eleição será o argumento para legitimar o poder, mas não a expressão sincera da vontade nacional, a obscura, caótica e submersa soberania popular. A vergonha dos chefes não nasce da manipulação, mas da derrota. O essencial é vencer, a qualquer preço

Esses homens e mulheres do estamento burocrático com seu humanismo fajuto, estilo de vida aristocrático que macaqueia os nova-iorquinos, religião de fachada, deboche dos valores morais e religiosos dos brasileiros mais humildes – geralmente conservadores – estão horrorizados com a ascensão desse conservadorismo, dos evangélicos, dos empreendedores, dos católicos tradicionais, e tudo farão para detê-los, pois a ascensão deles significa o enfraquecimento do estamento, pois eles trazem a realização das vocações individuais e consequente partilhamento do poderrevolucionaria e silenciosamente da base para o topo da pirâmide – o que para eles é compreendido como caótico, pois incontrolável.

A degola promovida por RAQUEL DODGE contra JAIR BOLSONARO é uma retaliação contra ele por sua luta por TRANSPARÊNCIA ELEITORAL. É o rebote do estamento burocrático contra a ascensão conservadora que exige eleições sem bico de pena e degola. É a ameaça de antecipação da própria degola, uma punição para afastar JAIR BOLSONARO do próprio pleito eleitoral, mas é também uma chantagem desesperada do estamento para que BOLSONARO se submeta às regras da manipulação e abandone a luta por eleições transparentes.

Mais do que lutar contra BOLSONARO, DODGE está lutando contra ELEIÇÕES LIMPAS.


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Uma resposta para “A degola de Jair Bolsonaro”.

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