Outro dia conversava com uma amiga e colega – que é feminista – e ela me disse que todas as mulheres que de algum modo gozam de igualdade de direitos com os homens (como direito de voto, ingresso no mercado de trabalho, etc.) estão inclusas dentro do movimento feminista. Naquele momento não me detive muito sobre essa fala pois ela foi lateral a um outro tema; mas cabe uma reflexão pois esse é um pensamento muito comum.
O feminismo é mnemofóbico (tem fobia dos registros históricos) como a maior parte dos movimentos esquerdistas. Exemplo recente de consequência dramática do caráter mnemofóbico da esquerda foi a destruição do Museu Nacional da UFRJ, entidade dirigida por partidos de esquerdas que deram pouca atenção àquela instituição que era a sexta do mundo em acervos antigos. Isso se expressa também no feminismo e em outras ações de defesas de minorias.
Lula sempre dizia “nunca antes na história desse país”; vimos também, recentemente, “pela primeira vez uma negra no Jornal Nacional” (esquecendo-se de outros negros que a antecederam no mesmo lugar); de tempos em tempos saem manchetes do tipo “uma mulher ocupa…” e quando vai se ver, não é a primeira mulher e o fato narrado é só repetição de outro que também já aconteceu.
No caso específico do feminismo, seu senso igualitário é só uma corruptela do senso judaico-cristão de equidade (quem não se lembra de Cristo ao falar para os homens que iam apedrejar a mulher adultera: “quem não tiver este pecado”…); se olharmos bem, desde os primórdios da era cristã, passando pelas Idades Média e Moderna sempre veremos mulheres sendo tratadas com equidade no mundo cristão, em regra; as exceções só foram registradas devido ao próprio senso de equidade cristão que – ao ocupar a cosmovisão dos contemporâneos às injustiças – as distinguiram.
Sem o senso de equidade judaico cristão as mulheres não teriam conseguido nada. E também não conseguirão manter nada do que conquistaram. Os bairros de Paris onde não podem andar desacompanhadas de um homem; os estupros na Suécia; bem como os espacamentos por muçulmanos na Alemanha são uma forte evidência disto.

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