Por Carlos Magalhães. Coleta, organização de dados, revisão de texto e resumos por Grok xAI 3.
O que os documentários sobre a Hillsong revelam sob uma perspectiva presbiteriana reformada?
Os documentários Hillsong: A Megachurch Exposed (2022) e The Secrets of Hillsong (2023) detalham abusos sexuais (encobertos por Brian Houston), infidelidade (Carl Lentz), exploração de voluntários, racismo e homofobia na Hillsong Church. Sob a visão reformada, mostram uma igreja que trocou fidelidade bíblica por fama, carecendo de presbitério e pregação expositiva. Ex-membros como Anna Crenshaw e Janice Lagata denunciam injustiças, enquanto a Hillsong nega acusações, mas promete reformas. A análise destaca a importância de uma eclesiologia centrada em Cristo, não em marcas ou carisma, alertando contra os perigos de megachurches.
Como presbiteriano reformado, minha visão sobre igrejas como a Hillsong sempre foi marcada por ceticismo teológico e cautela eclesiológica. A tradição reformada, ancorada na soberania de Deus, na centralidade das Escrituras e na simplicidade da adoração, contrasta fortemente com o modelo de megachurch pentecostal, que muitas vezes parece priorizar espetáculo, carisma humano e crescimento numérico acima da fidelidade doutrinária. Os documentários Hillsong: A Megachurch Exposed (2022, Discovery+) e The Secrets of Hillsong (2023, FX/Prime Video) confirmam muitas dessas reservas, expondo não apenas falhas morais e estruturais da Hillsong Church, mas também os perigos inerentes a um evangelicalismo que troca profundidade espiritual por apelo cultural. A seguir, analiso os dois documentários sob a lente reformada, abordando seu conteúdo, os fatos revelados, a repercussão, a resposta da Hillsong e as vozes envolvidas, sempre com a cosmovisão presbiteriana em mente.
Sobre os Documentários
Ambos os documentários investigam a Hillsong, uma megachurch pentecostal australiana fundada em 1983 por Brian Houston, que cresceu de 45 membros para uma rede global com mais de 150.000 frequentadores semanais, impulsionada por sua música de adoração (Hillsong United) e apelo a celebridades como Justin Bieber e Chris Pratt. A Megachurch Exposed (2022, três episódios mais um especial) foca no colapso da imagem da igreja após escândalos, com um tom sensacionalista que destaca infidelidades, abusos e exploração. The Secrets of Hillsong (2023, quatro episódios) é mais introspectivo, baseado em reportagens da Vanity Fair, e explora como a igreja se tornou uma “marca corporativa”, encobrindo falhas sob uma fachada “cool”. Para um reformado, ambos expõem sintomas de uma eclesiologia deficiente: a ausência de uma liderança bíblica robusta, a ênfase em experiências emocionais sobre a pregação expositiva e a confusão entre evangelho e entretenimento.
Fatos Retratados
Os documentários revelam um padrão de pecados graves, muitos dos quais confirmam as críticas reformadas às megachurches:
- Abuso e Encobrimento: Frank Houston, pai de Brian, abusou sexualmente de pelo menos 13 crianças (anos 1960-1990). Brian, sabendo desde 1999, pagou “dinheiro de silêncio” e só denunciou anos depois, sendo acusado criminalmente em 2021 (absolvido em 2023, mas com críticas). Outros casos, como o assalto sexual sofrido por Anna Crenshaw (2018), mostram líderes protegendo agressores, uma falha gritante contra a justiça bíblica (Dt 16:20).
- Imoralidade e Hipocrisia: Carl Lentz, pastor de Nova York, foi demitido em 2020 por adultério com Ranin Karim e acusado de abuso emocional por outros. Líderes pregavam moralidade, mas viviam luxuosamente (relógios de US$ 10.000, voos em classe executiva), enquanto voluntários eram explorados sem salário ou ajuda básica (Mt 23:27-28).
- Exploração Financeira: A Hillsong arrecadou milhões com dízimos e música, mas usava acordos onerosos de confidencialidade para silenciar vítimas e negava auxílio a voluntários pobres, contradizendo o cuidado pelos necessitados (Tg 2:15-16). Acusações de lavagem de dinheiro e evasão fiscal (2022-2023) reforçam a percepção de uma igreja mais empresarial que espiritual.
- Desvio Doutrinário e Cultural: A Hillsong projetava inclusão, mas era homofóbica (demissões de líderes LGBTQ+), racista (falta de diversidade no topo) e sexista (mulheres em papéis secundários, apesar de Bobbie Houston). Sua música, embora popular, é criticada como ferramenta de manipulação emocional, não adoração centrada em Deus (Cl 3:16). A busca por celebridades como Bieber reflete um evangelho diluído, adaptado à cultura pop (Gl 1:10).
Do ponto de vista reformado, esses fatos refletem uma eclesiologia que prioriza o pragmatismo sobre a obediência a Cristo. A falta de presbitério (governo por presbíteros qualificados, 1 Tm 3:1-7) e a centralização no carisma de líderes como Houston e Lentz criaram um ambiente propício ao pecado e à irresponsabilidade.
Repercussão
Os documentários tiveram um impacto devastador na Hillsong, confirmando as advertências reformadas sobre igrejas que se moldam ao mundo. A frequência caiu 20-30%, campi nos EUA encolheram (de 16 para menos de 10), e dízimos despencaram (12% em 2021). Celebridades abandonaram a igreja, e o doc de 2022, em particular, gerou um “efeito dominó” de novas denúncias, com o especial de dezembro mostrando mais vítimas. A mídia (Washington Post, The Guardian) destacou o “cair do paraíso”, enquanto cristãos reformados, como eu, veem uma lição: igrejas que buscam relevância cultural correm o risco de comprometer a verdade (Rm 12:2). Críticas mistas (6.7/10 no IMDb para 2022; 87% no Rotten Tomatoes para 2023) apontam que o primeiro é mais sensacionalista, mas ambos levantaram debates sobre megachurches. Para reformados, a rejeição de músicas Hillsong por igrejas menores é um passo positivo, pois a adoração deve ser teologicamente sólida, não emocionalmente manipuladora.
Manifestação da Hillsong
A resposta da Hillsong reflete a típica autodefesa de instituições que priorizam a imagem. Em 2022, Phil Dooley chamou o primeiro doc de “ferida à igreja”, negando que refletisse a realidade. Brian Houston, em arquivos, insistiu em “accountability” e negou encobrimentos, mas recusou entrevistas em ambos. Em 2023, sob os Dooleys, a igreja admitiu “falhas culturais” e prometeu reformas (ex.: fim de viagens luxuosas), mas continuou usando NDAs, sugerindo pouca transparência. Para um reformado, isso ecoa a falta de arrependimento genuíno (Lc 3:8) e reforça a necessidade de uma liderança plural e responsável, não carismática e centralizada.
Principais Personagens e Suas Falas
Os documentários destacam vozes que ilustram a crise:
- Líderes: Brian Houston (arquivo, 2022): “Somos comprometidos com a verdade.” Phil Dooley (2022): “O doc visa machucar, não curar.” Essas falas mostram negação, não humildade bíblica (Tg 4:6).
- Ex-Líderes: Carl Lentz (2023): “Eu fiz essas coisas; são minha responsabilidade.” Admite falhas, mas sua ênfase em carisma reflete uma liderança antibíblica (1 Tm 3:2-3).
- Membros/Ex-Membros:
- Anna Crenshaw (2022/2023): “Protegeram o agressor, não eu.” Um testemunho de injustiça que clama por líderes que temam a Deus.
- Ranin Karim (2022/2023): “Carl usou poder para manipular.” Revela a exploração de vulneráveis.
- Janice Lagata (2022/2023): “Racismo puro; sem diversidade no topo.” Expõe uma igreja que não reflete a universalidade do evangelho (Gl 3:28).
- Tanya Levin (2022): “A música é hipnose para extrair dinheiro.” Confirma a manipulação emocional, contrária à adoração reformada.
- Josh Canfield (2023): “Era homofóbico, mas pregavam inclusão.” Mostra hipocrisia que compromete o testemunho cristão.
Para um reformado, essas vozes são um alerta contra a idolatria do sucesso e da fama, que substitui a glória de Deus por glória humana (1 Co 10:31).
Perspectiva Reformada
Como presbiteriano reformado, vejo os documentários como evidências de uma igreja que abandonou princípios bíblicos por pragmatismo e espetáculo. A Hillsong ilustra os perigos de uma eclesiologia sem freios: sem presbitério, sem ênfase na pregação expositiva e sem uma adoração centrada em Deus, a igreja se torna um empreendimento humano sujeito a abusos. A tradição reformada enfatiza a disciplina eclesiástica (Mt 18:15-17), a liderança qualificada e a adoração regulada pelas Escrituras, evitando a confusão entre evangelho e cultura pop. Embora os documentários tenham tons sensacionalistas, eles servem como um chamado à reflexão: igrejas devem ser fiéis ao Cabeça, Cristo, não a marcas ou líderes carismáticos. Recomendo assistir com discernimento, usando as lentes das Escrituras para julgar o que é exposto (1 Ts 5:21).
Resumo: Este artigo analisa os documentários Hillsong: A Megachurch Exposed (2022, Discovery+) e The Secrets of Hillsong (2023, FX/Prime Video) sob a perspectiva presbiteriana reformada. Ambos expõem escândalos da megachurch australiana, incluindo abusos sexuais, encobrimentos, exploração financeira, racismo e hipocrisia, revelando falhas de uma eclesiologia centrada no carisma e na cultura pop. Com depoimentos de ex-membros, líderes como Brian Houston e Carl Lentz, e críticas à manipulação emocional via música, os documentários mostram o colapso da Hillsong, que perdeu membros e credibilidade. Para reformados, confirmam a necessidade de liderança bíblica e adoração centrada em Deus.


Deixe um comentário